terça-feira, 13 de novembro de 2007

MENINO SOL



Da minha janela
vejo o amanhecer
trazido pelo menino sol

Doce rei da rua
Invade minha cidade
Vem brincando com
os objetos que os homens inventam,
recriando a natureza
que não nascem na modernidade

Invade as ruas
Enchendo-as de luz
Vem dançando
Jogando capoeira com o vento
No meio da praça
Cria-se rodas,
Blocos e passeatas

Batuca nas mesas de bares
Canta enquanto passeia
Diz o que sente
Não desconfia do seu coração

Carrega multidões
Embriaga os olhos de quem o vê
É carnaval, é festa de peão
Alegria popular


Apenas o vejo de minha janela...

Me disseram que o menino sol
tem em si as peculiaridades do povo que mora nas serras
Que quando é noite,
toma café com os vaqueiros
nos terreiros desse sertão

Que gosta de cachaça e viola,
que encanta o povo da colônia
dos canaviais

Me disseram que tem temperamento doce
que tem gosto de caldo-de-cana
Que quando se sente ofendido
Fica ardido que nem pimenta cambari

Me contaram que ama os bichos dessa terra
Que não teme os homens
Nem os perigos desse sertão,
Que é a nossa vida.

Um dia da minha janela
o vi sozinho
e ele conversou comigo
Me falou sobre o povo lá da serra
Que gostava das novidades da cidade
Mas que amava a vida no sertão...

Me mostrou seu sorriso,
me contou sobre seus amores
e sobre suas dores

Foi divino vê-lo
Brincando consigo,
sendo humano
A vida escorrendo
pela pele do menino-sol.

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